Intimidade, A Bíblia & Sexo

O Que É Intimidade Amorosa?

Intimidade amorosa é o compartilhamento social, emocional, espiritual e físico de si mesmo com um (a) parceiro (a), de maneira a criar proximidade, comunicações honestas e companheirismo. Intimidade envolve o compartilhamento de sentimento profundo (não necessariamente verbal) através do tato (toque) e da estimulação visual, usando tanto nossos corpos como nossos espíritos para confortar e dar prazer um ao outro. Essa intimidade tem valor em si mesma e pode ou não levar à atividade erótica.

Alguns Pensamentos Sobre Lidar Com O Medo e A Culpa Sexual Que Inibem A Intimidade

As ideias de medo, culpa e punição apareceram diversas vezes nos exemplos de inibições que mencionamos. Muito poderia ser dito sobre esses elementos, especialmente sobre um ponto de vista Cristão. Outro ponto envolvido aqui e que pode ser originalmente Cristão, embora possa aparecer de diversas formas na vida emocional da nossa cultura, é a questão do perdão.

Nós não entraremos nessas questões em termos da crença Cristã exceto para dizer que é o próprio Deus quem nos torna sexuais e nos faz buscar intimidade sexual; consequentemente o medo e a culpa que sentimos não vêm de Deus. Nem tampouco é Deus a fonte da punição ou desaprovação que sentimos dos outros, seja pelos pais, pregadores, padres, papas ou outros.

Não há necessidade de perdão se o comportamento não contraria a lei do amor da qual falamos em nossas discussões bíblicas. Não somos anormais ou pecadores simplesmente porque queremos explorar e experienciar expressões sexuais não-abusivas. Portanto, devemos entender que se esse tipo de exploração é ou têm sido nossa intenção ou prática, quer seja consciente e deliberada ou inconsciente (como é especialmente verdadeira para crianças e jovens), então não precisamos nos preocupar com a punição de Deus e podemos começar um processo de cura da punição ou desaprovação de pais ou de outros.

O Que A Bíblia Ensina Sobre Sexo

Deus nos fez sexuais (Gênesis 1-2). Nós devemos seguir a lei do amor em questões sexuais, assim como em tudo o mais. Romanos 13:8-10: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

Com efeito, ‘Não adulterarás; Não matarás; Não furtarás; não cobiçarás’; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume, ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.’ O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”

Não devemos cobiçar ou roubar o (a) parceiro (a) de outra pessoa (adultério). (Mas isso não tem nada a ver com possuir uma fantasia sexual sobre o (a) parceiro (a) de outra pessoa, nem com o compartilhamento sexual com o (a) parceiro (a) de outro (a) quando há consentimento e permissão.)

Não devemos nos envolver em práticas sexuais que sejam prejudiciais ou abusivas, fisicamente, emocionalmente ou espiritualmente a ninguém ou a nós mesmos, ou seja, nós devemos ser amorosos (Romanos 13 novamente). Isso, aliás, poderia ser chamado de base teológica da regra única dos Cristãos Libertos: “Não” significa “não”.

O Que A Bíblia Não Ensina Sobre Sexo

Não há proibição no que conhecemos como sexo antes do casamento, sexo após o casamento ou sexo extraconjugal entre parceiros consentindo. Não há proibição no compartilhamento sexual entre adolescentes ou jovens. Aqui é de responsabilidade dos pais instruir corretamente seus filhos sobre como amar e como viver responsavelmente.

Não há fundamentos na Bíblia para o ensino da abstinência sexual como único teste decisivo para a “pureza” espiritual, como o Cristianismo tradicional têm feito ao longo dos séculos. Embora haja, obviamente, algo como pecado sexual, ou seja, atitudes ou ações sexuais abusivas, egoístas e sem amor, não há nenhuma ênfase especial ou específica sobre o pecado sexual na Bíblia, como aconteceu no Cristianismo histórico.

Algumas Conclusões Sobre Sexualidade E Intimidade

Pode-se concluir razoavelmente que a ética sexual do Cristianismo tradicional é uma ética artificial, repressiva e legalista que ignora tanto nossa natureza dada por Deus quanto a lei do amor. Portanto, essa ética é abusiva em sua natureza básica que mais fere do que cura as pessoas. Além disso, é uma ética ineficaz que nem mesmo atinge seu propósito pretendido de repressão sexual, mas, em vez disso, conduz a expressão sexual para o subterrâneo e para as sombras da ignorância. É uma ética baseada na má interpretação e na falsa aplicação do texto bíblico e em preconceitos culturais e filosóficos importados para o ensino Cristão de outras fontes.

A condução da expressão sexual para o subterrâneo, pela repressão religiosa, é minimamente parte do estímulo à ignorância, ao comportamento irresponsável e à provocação e excitamento que caracterizam a nossa sociedade. É essa forma de visão da sexualidade que têm impedido o aprendizado da verdadeira intimidade, mesmo em parcerias que poderiam experimentar um ótimo sexo.