Questões Bíblicas A Respeito Da Fornicação (Sexualidade Dos Solteiros)

O ensino tradicional da Igreja usa falsamente a Bíblia para julgar a sexualidade amorosa e responsável dos solteiros. A verdadeira teologia Bíblica não começa com a tradição e o dogma da Igreja, mas com os textos bíblicos em si. A teologia Bíblica busca entender como os autores bíblicos se expressavam na linguagem Grega nos tempos do Novo Testamento (não expandido por significados Gregos posteriores), nos termos de sua cultura. Apenas com esse entendimento é legítimo definir as éticas sexuais bíblicas do NT e encontrar implicações para hoje.

Também deve ser apontado que a Bíblia (Antigo ou Novo Testamento) não é um livro de texto sobre sexualidade mais do que sobre ciência, governo ou outras questões. Na nossa opinião não é possível inventar uma ética sexual abrangente, completa e exclusiva da Bíblia. A Bíblia nos dá a lei do amor e algumas diretrizes e exemplos relacionados ao comportamento e às atitudes sexuais. Espera-se então que os cristãos dependam dessas diretrizes, da oração e do Espírito Santo para lidar criativamente com seu comportamento sexual.

Se você está mais feliz com a sua crença de que o sexo fora do casamento é errado, isso pode ser o melhor para você. Mas isso não vem das escrituras, como você foi ensinado pela Igreja. Se você entende a história da Igreja e suas traduções tendenciosas, logo reconhece as mentiras e ilusões que a Igreja está ensinando a respeito de diversas questões sexuais.

I Cor 6:9 erroneamente traduziu “porneia” como fornicação. Corinto era uma cidade portuária aberta. As pessoas lá podiam fazer sexo do jeito que quisessem. Onde nossas traduções em inglês dizem “fornicação”, a palavra Grega original de Paulo era “porneia”, que significa vender e se refere aos escravos comprados e vendidos para a prostituição cultual. O que estava acontecendo nos Templos de Corinto era que fazendeiros visitavam as sacerdotisas do templo que representavam as Deusas da fertilidade. Fazendo sexo com essas prostitutas eles acreditavam que seus campos seriam mais férteis. Não tinha a ver com buscar prostitutas, se tratava de adoração de culto pagão.

Em Roma, as prostitutas Latinas ficavam em pequenos becos e atrás de pequenas paredes em forma de L. Em Latim essa forma é chamada de FORNIX, por isso a associação do local com os atos de prostituição resultou em “fornicatio”. Enquanto Paulo condenava deusas do sexo, cultos, prostituição ou tráfico de escravos com esse propósito, os padres Latinos substituíram por “fornicatio”, o que levou os leitores a acreditar que Paulo estava condenando todas as formas de relação sexual antes do matrimônio.

Algumas versões modernas da Bíblia em inglês traduzem “porneia” como “imoralidade sexual”, um termo utilizado para esclarecer algo obscuro e datado como “fornicação”, mas que na realidade é um termo genérico que permite aos intérpretes, tanto profissionais quanto leigos, aplicar essa passagem para qualquer comportamento sexual, muito longe das práticas específicas as quais Paulo se refere.

Do “Manual Bíblico de Halley” 1 Cor. 6: 9-20; “Vênus era a principal Divindade de Corinto. Seu templo era uma das construções mais magníficas da cidade. Nele, milhares de Sacerdotisas, Prostitutas Públicas, eram mantidas, às custas públicas, lá sempre prontas para a Indulgência Imoral, como uma adoração às suas Deusas. ” Os Cristãos continuaram a ir ao templo para indulgências sexuais com as sacerdotisas de Vênus. Isso era tudo sobre o que Paulo estava falando e ele não diz nada sobre amar o compartilhamento de prazer sexual com não deusas!

É uma violação ao texto Bíblico assumir que I Cor.6:9 inclui o sexo antes do matrimônio, especialmente porque esse não é o contexto da discussão, nem desse capítulo ou dos capítulos circundantes. O contexto do I Cor.6 é sobre os problemas com o Templo de Afrodite. Sexo com aquelas prostitutas era uma idolatria. O argumento com que Paulo condena o sexo dos solteiros aqui ou em qualquer outro lugar nas escrituras é uma interpretação defeituosa. Tal posição é ilógica porque suas premissas são baseadas em construções emocionais e não na história e em evidências concretas.

Nada no NT indica qualquer proibição da sexualidade de solteiros. Parece que, se aplicarmos o ensino de Jesus sobre o amor ao invés do legalismo, a sexualidade Cristã responsável é muito mais um exemplo do amor de Cristo por nós do que exemplo dos valores bíblicos tradicionais de muitas esposas, concubinas reprodutoras, e mulheres capturadas em batalhas para o prazer sexual dos soldados!

Uma publicação do Prodigy diz: “… Acho que o texto de David não pode ser descartado tão facilmente. Não sou teólogo, embora tenha frequentado um seminário … e tenha estudado bastante o grego … Enquanto estava no seminário, escrevi um artigo sobre a tradução de “porneia”. Como você deve saber, se estudou a questão, “fornicação” é uma tradução equivocada de “porneia” (até mesmo meu professor grego, muito conservador, admitia esse ponto). Se alguém desconsiderar as passagens do NT contendo esta tradução incorreta — incluindo a seleção de Tessalonicenses … resta pouco apoio para a posição de que a Bíblia condena a sexualidade antes do matrimônio … havendo uma visão objetiva do que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto, a sexualidade fora do casamento parece ser aceita … Eu também reconheceria que a maioria das pessoas ficaria mais feliz … se simplesmente aceitassem a posição tradicional da igreja … Mas condenar toda sexualidade fora do casamento como pecado parece ir muito além do que a Bíblia ensina — e Paulo tem muito a dizer sobre isso em Gálatas.”

Todos nós devemos examinar nossos próprios espíritos. Deus pode liderar as pessoas de maneiras diferentes, alcançando pessoas diferentes ao compartilhar o amor de Cristo. Também devemos respeitar as crenças dos outros, mas, ao mesmo tempo, evitar que os outros tropecem, visto que alguns não conseguem lidar emocionalmente com nada além da visão tradicional da Igreja.

Mais uma vez, uma publicação do Prodigy: “A Escritura é apenas uma maneira pela qual Deus fala conosco e tem uma série de limitações porque não foi escrita com as condições modernas de hoje. Embora a leitura das Escrituras seja útil, ela só é útil quando feita em oração … e quando não se deixa de confiar no Espírito Santo para confiar na Bíblia como substituta da sabedoria de Deus. Na ausência de um mandato inequívoco das Escrituras, é errado (para mim) impor um código moral pessoal a outros que acreditam de forma diferente”.

1 Cor 7: 8-9 Melhor Casar Do Que se Abrasar

Paulo em 1 Cor 7 deixa claro que sua preferência pelo celibato era como um presente para a Igreja, pois era um daqueles que poderia se dedicar em tempo integral à construção da igreja primitiva, sem muitas esposas que tirariam tempo do trabalho a ser feito antes da volta de Cristo. O tempo estava se esgotando! Foi um dom (carisma) de Deus, dado apenas a certas pessoas, e não um sinal de superioridade moral. A razão para o celibato era dar tempo para a oração e pregação e não uma questão moral. Ele acredita que o celibato é melhor, seguido do casamento.

Se uma pessoa não tinha o dom do celibato, era melhor se casar do que cometer porneia (sexo com prostitutas consideradas deusas o que equivale à idolatria). O termo Porneia foi traduzido indevidamente e expandido para “fornicação”, mas isso não tem suporte bíblico.

A sexualidade de solteiros não foi discutida porque a maioria das mulheres era casada ou prometida. Um homem negociava com o pai e se um acordo financeiro fosse fechado, ele tomava a jovem por esposa. O amor mútuo não tinha nada a ver com isso. Se o homem também gostava da irmã bonita da esposa, ele podia negociar para tomá-la como outra esposa. Para os homens, havia pouca razão para fazer sexo com uma jovem solteira, já que ele poderia ter todas as esposas como parceiras sexuais que desejasse - desde que não roubasse a esposa de propriedade de outro homem (adultério).

A idade legal para se casar era de 12,5 anos para meninas e 13,5 anos para meninos. Os filhos mais novos muitas vezes eram “prometidos” — as famílias haviam firmado contratos entre si para o casamento, mas eles não tinham idade suficiente para consumá-lo. Não havia problema de sexo na adolescência, já que todos eram casados e os homens podiam ter toda a variedade sexual que desejassem, dependendo apenas de quantas esposas pudessem pagar.

Todos os cristãos, homens ou mulheres, pertenciam a Cristo, e todas as outras formas de propriedade eram baseadas nisso. A família era considerada uma unidade social de retenção do patrimônio familiar (lado do homem) e o sexo, muito provavelmente, gerava filhos sem controle de natalidade. As práticas tradicionais de múltiplas esposas e reprodutoras atrapalhavam o trabalho de construção da Igreja primitiva.

Isso é semelhante aos padres Católicos que puderam ter muitas esposas e concubinas só até 1022, pois essa situação atrapalhava o trabalho da Igreja. Acho interessante que Jesus não disse nada sobre relacionamentos monogâmicos masculinos, apenas Paulo o fez aos anciãos durante a construção da Igreja primitiva, já que o tempo era muito curto antes do retorno do Senhor.

Na cultura de hoje, onde não nos casamos aos 13 e morremos aos 30, temos muito tempo para fazer a obra de Deus. Limitar-se a um pequeno número de relacionamentos sexuais pode ser adequado. O casamento certamente não é necessário hoje, uma vez que o controle da natalidade está disponível e muitos acham que podem ser mais felizes sem o fardo legal do casamento. O casamento tinha a ver com propriedade, não com amor. Não consigo imaginar ninguém se casando sem viver juntos há muitos anos!

Gálatas 5:19-23

Em Gálatas 5:19, porneia significa “o amor que se compra e se vende — que não é amor de forma alguma. O grande e básico erro disso é que a pessoa com quem esse amor é gratificado não é realmente considerada como uma pessoa, mas como uma coisa. Ele ou ela é um mero instrumento através do qual as exigências da luxúria e da paixão são satisfeitas… Porneia descreve a relação da qual uma das partes pode ser comprada e desprezada como uma coisa descartável e onde não há união nem respeito pela personalidade. ” Citações de William Barclay em Carne e Espírito: Um Exame de Gálatas 5:19-23 página 24.

Eu diria que mesmo uma vez, no momento, o sexo pode ser compartilhado no amor… até mesmo por exemplo… com uma prostituta! Um cliente ainda pode pagar por um bom sexo, mas respeitar a trabalhadora do sexo como pessoa e espírito. Normalmente, esses relacionamentos são simplesmente baseados em luxúria e paixão, mas também podem ser feitos em uma atitude de amor. A doutrina da Igreja Tradicional expande o significado de porneia para fornicação e até mesmo homossexualidade, que não tem absolutamente nenhuma base no texto original como seria entendido na cultura em que foi escrita.

RAZÕES ATUALMENTE IRRELEVANTES PARA O CASAMENTO NOS MOLDES DOS TEMPOS BÍBLICOS

Não Ter Filhos Era Ser Assassino Na Cultura Hebraica - É por isso que a sexualidade e o adultério eram vistos de maneira muito diferente de hoje e porque o “casamento” era tão importante. Além disso, concubinas agindo como reprodutoras eram importantes e aceitas.

A cultura do Oriente nos dias bíblicos acreditava que um homem alcançava a imortalidade por meio da produção de descendentes: sem filhos, sem imortalidade. É possível que a crença popular entre os Hebreus fosse semelhante, embora pareça duvidoso que Deus tivesse endossado tal crença.

O caso de Onan no livro de Gênesis fornece um exemplo interessante, embora não totalmente claro, que pode sugerir essa crença entre os Hebreus. Onan praticava o coito interrompido para evitar que a esposa de seu falecido irmão engravidasse e então o Senhor o matou. O pecado aparente não era fazer sexo com a esposa do irmão morto (exigido pela lei do casamento levirato), mas privar seu irmão da imortalidade ao negar-lhe descendência representativa.

É difícil dizer por que Deus aplicou uma penalidade tão severa neste caso. Embora não seja provável que Deus tenha endossado o conceito de costume predominante, provavelmente foi um meio prático de manter a ordem, a coesão e a perpetuidade na vida de seu povo escolhido.

Segundo as crenças da época, os atos homossexuais eram considerados atos assassinos para todos os antepassados de uma pessoa, uma vez que não levariam os filhos para a geração seguinte e colocariam em risco a vida após a morte dos antepassados. O adultério era muito ruim, pois misturava as linhas de sangue. Sexo de solteiros raramente era um problema, já que a maioria das pessoas se casava ainda jovem.

A reputação de uma pessoa após a sua morte, de acordo com alguns documentos contemporâneos da época, era determinada pelo número de descendentes vivos que ela tinha. Quanto mais filhos ela tivesse, mais maravilhosa seria sua reputação após a morte. Por isso, era importante ter muitos filhos. Pode ter sido por isso que os homens ricos tinham esposas e concubinas (mulheres reprodutoras). Salomão era muito rico e tinha 700 esposas e 300 concubinas das quais Deus nunca falou nada contra. Essas crenças e costumes antigos não se aplicam à cultura Ocidental hoje, então os princípios éticos de um povo antigo também não.

Parece que a Igreja prefere que as adolescentes estejam grávidas, do que admitir que o sexo acontece e acontecerá entre os Cristãos fora do casamento, e ajudar com educação sexual real, distribuição de preservativos etc. Ensinar a abstinência como única resposta é absurdo; não vai funcionar e pode estar fazendo mais mal do que bem no ensino da maturidade sexual — que deveria ser cada um dar prazer sexual ao outro, levando em conta que Deus fez nossos corpos preparados para isso.

O prazer sexual máximo é uma habilidade aprendida. Apenas o básico vem naturalmente e nem sempre é o mais agradável. Mas quando nos ensinam que o sexo é tão sujo que devemos guardá-lo para o casamento, e então ter apenas um parceiro, como aprendemos a compartilhar o máximo de prazer? O prazer sexual é aprendido da mesma forma que se aprende a andar e a falar, por experiência e prática. Ter nossos corpos nus acariciados e calorosamente abraçados com amor e afeição é tão vital para nossas emoções quanto comer e beber é para nossa saúde.

Nós não nos “entregamos” quando fazemos sexo. Quando compartilhamos, cada um de nós ganha mais e o conhecimento que compartilhamos não é reduzido, mas expandido por meio da reação e do compartilhamento com outras pessoas. Da mesma forma, no compartilhamento sexual, não o salvamos, mas o compartilhamos, crescemos e encontramos experiências cada vez mais significativas. Se em algum ponto um relacionamento exclusivo for desejado, como no casamento, o prazer sexual nesse relacionamento será intensificado por experiências e vivências anteriores com uma gama seletiva, porém mais ampla, de amigos íntimos de confiança.

A repressão sexual baseada nas traduções e tradições bíblicas deficientes, no controle e na ignorância, claramente não funcionou. Talvez seja a hora de ensinar sexualidade positiva, significativa, enriquecedora e responsável a adolescentes e adultos. A ignorância e a repressão resultaram em uma sociedade cheia de provocações e excitamentos, com muitos abortos e experiências ruins.

Resultado Da Ética Sexual Legalista — Cristãos Neuróticos

Comprimir o sexo em pequenas caixas (como o casamento virginal monogâmico) produziu dezenove séculos de Cristãos neuróticos que temem e desconfiam de sua própria natureza sexual, temendo que qualquer expressão sexual irrite o Deus que os ama.

Em resumo, se alguém é mais feliz com sua crença de que o sexo é errado fora do casamento, isso pode ser o melhor para ele. Mas não é exigido nas escrituras conforme você foi falsamente ensinado pela Igreja.

A Ética Sexual Cristã Liberada

Acreditamos que a nossa sexualidade é um presente natural de Deus e não deve ser restringida artificialmente por regulamentação. Deus honra a expressão sexual livre que busca o prazer e o bem de cada pessoa, e a glória de Deus quando Ele participa conosco neste aspecto glorioso de viver e amar aos outros, a nós mesmos e a Deus. Em nosso entendimento bíblico, um argumento do Novo Testamento não pode ser aplicado contra a maioria dos casos de compartilhamento consensual do prazer sexual, seja antes, durante ou após o casamento.

Casos negativos podem acontecer apenas se as partes envolvidas não estiverem atuando dentro das diretrizes do amor Cristão, mas sim usando uma à outra para sua própria gratificação egoísta ou estiverem causando danos físicos ou psicológicos a seus parceiros sexuais ou a outras partes envolvidas. Entre as práticas sexuais prejudiciais estão a falta de atenção com as doenças relacionadas ou com a proteção anticoncepcional.

JUDEUS SOLTEIROS/SEXO

Discutindo o relatório da Comissão da Assembleia Rabínica sobre Sexualidade Humana apresentado ao Comitê de Leis e Normas Judaicas em Abril de 1994: Essencialmente, os relatórios dizem “Relacionamentos comprometidos e amorosos entre pessoas maduras que se esforçam para conduzir suas vidas sexuais de acordo com os conceitos e valores descritos, podem representar uma medida de santidade, mesmo que não seja a porção completa disponível no casamento. ”

A organização Rabínica do movimento Conservador NÃO está dando carta branca aos relacionamentos não conjugais. O relatório defende a importância do casamento, condena o adultério como uma grave violação da lei Judaica, condena o sexo casual e promíscuo, incentiva o repúdio ao sexo forçado, incentiva a adesão às leis que proíbem o sexo durante o período menstrual de uma mulher, defende a modéstia na fala, no vestuário e na atividade sexual, defende a honestidade e a fidelidade, insiste na responsabilidade em evitar a AIDS, revelando o histórico sexual ao parceiro, fazendo o teste de HIV e abstendo-se caso um dos parceiros esteja infectado.

O comitê de lei define a política oficial para a Assembleia Rabínica. As deliberações sobre as recomendações devem iniciar no outono de 1994. A AR representa 1.500 Rabinos Conservadores que servem 1,5 milhão de membros congregacionais.